sexta-feira, 21 de maio de 2010

Aos que estão casados,
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três
tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor
é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares,
ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que entre marido e mulher não
há laços de sangue e por isso o amor nasce da convivência.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer
alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança
acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram.
Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. Sucesso de
um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas
pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais
do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É
preciso que haja, antes de mais nada, respeito e amizade. Agressões
zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência...
Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem
comparações. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos,
acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só,
é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para
enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas,
contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não
gritar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio
tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida
própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de
conta que não escutou. É preciso entender que união não significa,
necessariamente, fusão.
E que amar, "solamente", não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem
que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber
que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não
dá conta do recado.
O amor é grande, mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse
amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar,
mas ele próprio não se basta. Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram! E felicidades a todos nós!
Artur da Távora

Um comentário:

Annanda disse...

Flávia,
Felizes palavras!!!
Muito mesmo!!!
Adorei!
beijos!